Tudo começou com um decreto
imperial, de 15 de outubro de 1827, que trata da primeira Lei Geral relativa ao
Ensino Elementar. Este decreto, outorgado por Dom Pedro I, veio a se tornar um
marco na educação imperial, de tal modo que passou a ser a principal referência
para os docentes do primário e ginásio nas províncias.
A
Lei tratou dos mais diversos assuntos como descentralização do ensino,
remuneração dos professores e mestras, ensino mútuo, currículo mínimo, admissão
de professores e escolas das meninas.
Nos
dias atuais, mesmo com novas leis, há uma significativa escassez de mão de obra
qualificada, faltam professores em diversas áreas. A ausência de estímulo à
formação é apontada como causa. Os primeiros são os docentes de física,
matemática, química e geografia.
A
falta de valorização da carreira do Magistério nos últimos anos está
relacionada às condições de trabalho na educação e baixos salários, que tornam
a profissão pouca atrativa.
Salários
baixos e ambiente de trabalho com baixa qualidade não atraem os jovens que
estão iniciando suas carreiras profissionais.
As
estatísticas do Ministério da Educação (MEC) revelam uma situação ainda mais
grave: o número de interessados em ser professor está caindo a cada ano, o que
torna mais difícil suprir as demandas.
O
professor tem estímulo em baixa, sente-se desprestigiado pela sociedade que o
vê como um profissional despreparado, incapaz de acompanhar as inovações, os
avanços tecnológicos da época e, consequentemente, incapaz de elevar o nível de
ensino, de trazer a qualidade tão necessária aos dias atuais.
Um
estudo da Unesco, divulgado em fins de 2002, apoiado em dados de 1999, obtidos
em 38 países, revela que os professores brasileiros da educação básica cumprem
até tripla jornada e seu salário médio, em início de carreira, está entre os
mais baixos dos países em desenvolvimento. O salário médio inicial do
professor brasileiro só está um pouco acima apenas do Peru e da paupérrima
Indonésia.
A
defasagem ressalta-se quando se compara com a Argentina, com o Uruguai e,
principalmente, com a Suíça, que lidera os países desenvolvidos. Ainda,
entre 43 países, o Brasil tem a sexta maior média de aluno/professor (28,9) no
ensino fundamental e a maior no ensino médio (38,6). O máximo recomendado pela
Unesco e Organização Internacional do Trabalho está entre 20 e 30 alunos/professor.
O número excessivo de alunos leva o professor ao estresse, prejudicando o seu
rendimento e o rendimento do aluno.
Classes
lotadas, alunos desinteressados, material ultrapassado, salários baixos e a
ausência de valorização da carreira. Essas foram algumas dificuldades
levantadas pelos professores entrevistados e com certeza não é isso que ninguém
gostaria de enfrentar em seu dia-a-dia.
No
entanto, nos últimos anos tem aumentado a procura dos estudantes por cursos de
licenciatura, segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais). A quantidade de vagas nas universidades também tem crescido,
assim como o número de formandos.
Além
disso, os professores (as) destacam que mesmo com todas as dificuldades vale a
pena investir na carreira, pois o índice de desemprego no setor é quase zero e
a satisfação de ensinar é uma das principais características de permanência na
área. Eles ressaltam alguns alunos surpreendem tanto, que vale a pena continuar
na carreira apesar de todos os problemas.