sábado, 26 de outubro de 2013

VALORIZAÇÃO DA CARREIRA DE PROFESSOR

Normalmente, os fatores que espantam o interesse do jovem pela profissão de professor são conhecidos (e sentidos) por todos os profissionais da Educação. No entanto, apesar desses fatores, é possível conseguir realização na carreira, buscando uma atuação socialmente solidária, sem se esquecer do debate para mudar a realidade dos sistemas educacionais em funcionamento hoje. Porém, para que a profissão não sofra um “apagão” e caia em “desuso” por falta de profissionais, é necessária a reestruturação dos sistemas e também da forma de atrair o jovem para aceitar os desafios da docência.
De acordo com a diretora-executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, a atratividade da carreira só será possível com mudanças estruturais que ofereçam ao professor um salário inicial atraente, a valorização social da profissão e melhores condições de trabalho. “Os sistemas de ensino, o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação estão se movimentando nesse sentido. O que incomoda é a vagarosidade, deveria haver um maior sentido de urgência”, avalia Priscila.
A diretora explica que, devido ao cansaço típico da docência – tendo em vista a forma como ela é praticada atualmente no Brasil –, os formados em licenciaturas ou áreas de disciplinas trabalhadas no ensino básico acabam optando pela pesquisa ou por outras atividades mais atraentes financeiramente e em termos de estrutura de trabalho. “Apenas 10% dos concluintes do ensino médio têm conhecimento adequado para a série em Matemática. Após a licenciatura [em Matemática], alguns que estavam a um passo da sala de aula são de imediato absorvidos por bancos ou pelo mercado financeiro”, exemplifica a diretora.
Segundo o estudo Atratividade da carreira docente no Brasil, publicado em 2009 pela Fundação Carlos Chagas, o momento atual é de jovens, com embasamento bastante sólido, fugindo da função de mestre. A percepção dos alunos é a de que o professor é um profissional relevante, que serve de modelo ou exemplo a ser seguido, atua como formador de opinião e possui valor social, mas é um profissional desvalorizado e desrespeitado por alunos, sociedade e governos.
A pesquisa foi realizada em 18 escolas públicas e particulares, em oito cidades de grande ou médio porte nas cinco regiões do País: Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Feira de Santana (BA), Fortaleza (CE), Joinville (SC), Manaus (AM), São Paulo (SP) e Taubaté (SP). Em cada escola, foram montados grupos de discussão com 10 alunos (193 jovens no total) e foram distribuídos questionários para todos os alunos do 3º ano do ensino médio, totalizando 1.501 respostas. De todos os participantes, 67% sequer consideraram a hipótese de seguir a carreira docente. Entre os 9% que escolheram disciplinas específicas do ensino fundamental II ou do ensino médio para a sua formação universitária, 52% declararam ter pensado em ser docentes e 39% querem ser professores. Nas escolas públicas, a diferença entre os que pensaram e os que querem a carreira é de 14% (de 53% para 37%, respectivamente), enquanto nas particulares, ambientes mais controlados, há apenas uma variação de 51% para 50%.
Segundo o relatório final da pesquisa, os jovens que pensaram em ser professores e desistiram apontam a baixa remuneração como o fator decisivo para a escolha. Alguns alunos acreditam até que a profissão de docente está fadada ao desaparecimento. No entanto, é uma possibilidade considerada menos chocante se realizada complementarmente, de forma secundária, concomitantemente a outra atividade profissional ou quando já tiver estabilidade financeira.
Desafios
O físico e professor Luís Carlos de Menezes, do Conselho Técnico-científico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para Educação Básica, atua há décadas na formação de professores. Para ele, a carreira tem que ser remodelada para ser atrativa, mas também é repleta de alternativas e desafios que precisam ser mostrados ao jovem. “Não devemos convidar o futuro professor para reproduzir o mundo, mas para mudar o mundo com o jovem que está com um problema no seu futuro: quais serão as profissões daqui a 20 anos, com as novas tecnologias? O que será do Direito, do Jornalismo, da docência, do pedreiro? Ser educador é um desafio imenso, é educar para o desconhecido, ensinar as pessoas a ser capazes de se reinventarem, olharem para a realidade aprendendo novamente. Pode-se estimular novos professores pelo tamanho do desafio”, defende.
Para Menezes, outra forma de atrair o jovem é focar no dinamismo que a carreira oferecerá futuramente. Um docente de Artes, que possui atividades fora da sala de aula, por exemplo, pode ter na docência uma retaguarda para desenvolver suas habilidades artísticas no mundo exterior aos muros da escola. “É um ofício que permite trabalhar com a juventude, novos fazeres, construir o futuro. O professor é alguém que pode ser autor, produzir conhecimento. É muito desafiador”, considera.
O maior desafio, no entanto, é a atuação nas fronteiras sociais. Apesar da diversidade das condições de trabalho, Menezes acredita que o trabalho em que as condições de vida são mais precárias para a população torna o professor um construtor do futuro. “Nas manifestações deste ano, a palavra mais sinalizada foi educação, dando visibilidade à função do professor. A primeira coisa a ser dita para o professor é que ele é importante, que a educação não é apenas mais um serviço, mas que é a construção de uma nação. A escola é o local onde a criança encontra pela primeira vez a sua nação, quando ela é recebida em um [ambiente] coletivo, reconhecida como pessoa pela sociedade. Quando alguém escolhe ser professor, escolhe ser construtor do País. É uma função de vocação social”, define.
A abordagem proposta por Menezes não ignora o fato da inexistência de uma carreira que mantenha o profissional em sala de aula, com o aperfeiçoamento e o reconhecimento social e salarial. Há, atualmente, alternativas individuais que visam traçar um trajeto de carreira que permita conseguir melhores empregos, como em escolas de alto desempenho, instituições confessionais ou ensino superior. “Não pode haver uma atitude passiva e estática. Sempre buscar formação permanente, mestrado, mestrado profissionalizante ou doutorado não são apenas qualificadores do desempenho, mas também da remuneração e do projeto de vida e carreira”, recomenda.
Mesmo com todos os problemas universalizados na educação brasileira, Menezes avalia que há uma variedade muito grande de condições de trabalho para os dois milhões de professores que atendem em torno de 50 milhões de estudantes no ensino básico, em todo o País, e que permitem a muitos ter satisfação no trabalho. “Não existe uma condição mediana clara deste professor. Há algumas coisas na carreira que são, em média, muito pouco atraentes. A sugestão de longo prazo é colocar escalonamentos que permitam ao profissional enxergar progressão, o que resultaria em mais estímulo ao jovem. A criação de uma carreira com desempenhos e funções diferentes pode ajudar. O professor mais experiente pode ter uma função de formador de docentes dentro da escola, com uma corremuneração vinda do aparelho formador, por exemplo”, sugere.

Escrito por Fabio Venturini

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO


Mais investimentos e planejamento educacional mais qualificado são as chaves para que o Brasil possa avançar na educação, facilitando o crescimento econômico e o desenvolvimento. Essa foi uma das advertências feitas pelos quatro especialistas que participaram, na tarde desta quarta-feira (23), da audiência pública promovida pela comissão temporária especial destinada a debater e propor soluções para o financiamento da educação.
Educação Básica
Representando o Conselho de Secretários de Educação (Consed), o secretário da Educação e Cultura do Estado do Tocantins, Danilo de Melo Souza, afirmou que a prioridade deve ser aumentar os investimentos públicos na educação infantil, também conhecida como pré-escolar. Estudos já mostraram, frisou, que os investimentos na pré-escola proporcionam retorno muito maior que os investimentos no ensino superior.
Para o secretário, o país precisa de professores mais bem capacitados, com salários dignos e plano de carreira que torne a profissão atrativa. Ele disse que o piso salarial nacional precisa ser aumentando para atrair profissionais de ponta para a carreira.
- Investimento é colocar um bom salário para o professor que está na sala de aula. É preciso dar condições salariais para que esse profissional possa devotar-se aos estudantes – afirmou.
Danilo de Melo Souza ainda chamou a atenção para a necessidade de o Brasil “pensar a educação de maneira mais técnica” e suprapartidária, como um projeto de nação. Ele acredita que uma formação inicial sólida dos professores é um dos pontos-chave para a melhoria do ensino.
Como sugestões, o secretário apresentou a criação da chamada residência pedagógica, similar ao que já existe na formação dos médicos; ampliação dos investimentos em alimentação e transporte dos estudantes; aumento da jornada de aulas e a destinação total dos recursos provenientes da exploração do petróleo do pré-sal para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
- Se não tivermos educação básica de qualidade não teremos universidade competitiva no futuro – acrescentou.
Danilo ressaltou a importância de o estado brasileiro promover uma garantia nutricional mínima para que os estudantes tenham um padrão de nutrição adequado em seu desenvolvimento humano e escolar.
- Muitos estudantes brasileiros estão em situação de risco nutricional – disse.
Planejamento
O economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Waldery Rodrigues Júnior, informou que o Brasil tem 50,5 milhões de alunos na educação básica. Para ele, são necessários investimentos pesados nesse setor, para que a qualidade da educação e dos estudantes brasileiros aumente com o passar dos anos. Ele criticou os baixos investimentos e a má distribuição dos recursos públicos para a educação.
- Investimos pouco e gastamos mal – disse.
Segundo ele, 40% dos estudantes que terminam o ensino fundamental não sabem que “uma hora tem 60 minutos e não 100 minutos”. Waldery disse que a qualidade da educação está direta e brutalmente ligada à capacidade de crescimento econômico e desenvolvimento dos países.
Para o economista os Ministérios da Fazenda e do Planejamento são mais capazes de “revolucionar a educação” que o próprio Ministério da Educação, pois, em sua opinião, o setor precisa urgentemente de mais investimentos e melhor planejamento. Ele acredita que o Brasil, mesmo sem os recursos do pré-sal, já tem dinheiro suficiente para melhorar a educação de maneira contundente, o que falta é a decisão política para que esses recursos sejam redirecionados para onde são necessários.
Ele criticou o direcionamento de  46% do Orçamento da União para financiar a dívida pública e a Previdência, enquanto a educação fica com pouco mais de 3%.
Educação de qualidade
Por sua vez, o professor-pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Manuel Marcos Formiga, informou que o Brasil tem um dos maiores contingentes de estudantes do planeta e ainda se encontra entre as dez nações com maior número de analfabetos. Ele explicou que, além dos analfabetos totais, o país tem milhões de analfabetos funcionais e outros tantos milhões de analfabetos digitais.
- Falta planejamento educacional. O desafio para as próximas décadas é transformar crescimento econômico em desenvolvimento, quantidade em qualidade, e um dos principais instrumentos para que isso ocorra é a educação – pontuou.
Formiga entende que o país deve priorizar a formação superior na área de exatas, como as diversas engenharias, em detrimento da área de humanas. Atualmente, afirmou o professor, a cada 800 formados, apenas um se gradua em engenharia no Brasil, o que limita o avanço tecnológico e em inovação.
Mais investimentos
O editor-chefe da revista da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca), Juca Gil, reconheceu que o país tem diversos problemas de gestão e de malversação dos recursos públicos destinados à educação. Porém, ele sublinhou que, mesmo que esses recursos não fossem mal geridos ou desviados, ainda assim, o montante de recursos seria insuficiente para sustentar e ampliar um ensino público de qualidade.
- A União tem de entrar com mais recursos – afirmou.
Ele defendeu a aplicação de 10% do produto interno bruto (PIB) na educação, índice que atualmente gira em torno de 5%. Apontou ainda para a necessidade de as autoridades discutirem a prorrogação ou uma alternativa para o Fundeb, que terminará em 2020.
Revolução
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), relator da comissão, apresentou a proposta de uma “revolução republicana na educação”, que seria implantada em duas décadas. Para que isso ocorra, o senador disse serem necessários o aumento dos investimentos públicos, um piso salarial para os professores de R$ 9.500, reforma ou reconstrução das dependências físicas de todas as escolas e aquisição de equipamentos modernos.
A presidente do colegiado, senadora Ângela Portela (PT-RR), disse que já há um consenso sobre a necessidade de mais recursos e de melhor capacitação e valorização dos professores. A senadora disse que a comissão vai apresentar propostas concretas para que isso ocorra. Ela acrescentou que, tanto o Executivo quanto o Legislativo já estão trabalhando nesse sentido.
A reunião foi conduzida pela presidente do colegiado, senadora Ângela Portela, com o apoio do relator, Cristovam Buarque. Também participaram do debate os senadores Vital do Rêgo (PMDB-PB) e Ana Amélia (PP-RS) e as deputadas federais Fátima Bezerra (PT-RN) e Iara Bernardi (PT-SP).
A comissão especial, composta por dez senadores, foi criada em setembro por ato do presidente do Senado, Renan Calheiros, e foi instalada em 1º de outubro, com prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos. Antes das exposições dos palestrantes, os senadores aprovaram o plano de trabalho da comissão, elaborado pelo relator.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

EDUCAÇÃO 3.0

Educação 3.0: a solução para o atraso brasileiro

 

O projeto do Iluminismo europeu, que tinha como um dos principais objetivos o progresso, era alicerçado na transformação política em bases racionais e no aprimoramento intelectual e moral dos homens por meio da educação e das leis. Fica clara a forte presença desses vetores nos países classificados hoje como de primeiro mundo.
Vamos focar no vetor educação, o mais importante. Especialistas e indicadores constatam que o Brasil tem 100 anos de atraso nesse setor. Entendemos que essa recuperação só será viabilizada em curto prazo pelo uso da Tecnologia da Informação e Comunicação, principalmente quanto às técnicas cognitivas e pedagógicas, aproveitando o uso já incorporado pelos jovens de tablets, smartphones, ferramentas de busca, redes sociais, internet de alta velocidade, entre outros.
Totalmente alinhada a esse conceito, a Educação 3.0 consiste na criação de uma infraestrutura de conectividade e colaboração com alto desempenho, mobilidade e segurança, o que é imprescindível para o desenvolvimento de didáticas orientadas para a pesquisa, com construção conjunta de conhecimento por professor e aluno. Assim, aproveita-se a riqueza de informações do mundo atual, por meio de ferramentas da Web ou de outros ambientes virtuais.
Na pesquisa mais respeitada do mundo na área, a Education at a Glance (2013), está evidenciado que o nosso problema não é de investimento, pois na educação básica ele corresponde a 4,3% do PIB, contra 3,9% dos países desenvolvidos. O que o Brasil precisa é de uma gestão comprometida com educação de qualidade, focada na racionalização do uso dos recursos financeiros, na escolha da tecnologia adequada e na priorização da formação do professor nesse novo ambiente, com reconhecimento por meritocracia. Sem isso, a equação “educação” fica muito difícil de ser resolvida.
Glauco Brites Ramos – presidente do Conselho de Administração da Teltec Solutions

sábado, 19 de outubro de 2013

PROFESSOR

Tudo começou com um decreto imperial, de 15 de outubro de 1827, que trata da primeira Lei Geral relativa ao Ensino Elementar. Este decreto, outorgado por Dom Pedro I, veio a se tornar um marco na educação imperial, de tal modo que passou a ser a principal referência para os docentes do primário e ginásio nas províncias.
 A Lei tratou dos mais diversos assuntos como descentralização do ensino, remuneração dos professores e mestras, ensino mútuo, currículo mínimo, admissão de professores e escolas das meninas.
 Nos dias atuais, mesmo com novas leis, há uma significativa escassez de mão de obra qualificada, faltam professores em diversas áreas. A ausência de estímulo à formação é apontada como causa. Os primeiros são os docentes de física, matemática, química e geografia.
 A falta de valorização da carreira do Magistério nos últimos anos está relacionada às condições de trabalho na educação e baixos salários, que tornam a profissão pouca atrativa.
 Salários baixos e ambiente de trabalho com baixa qualidade não atraem os jovens que estão iniciando suas carreiras profissionais.
 As estatísticas do Ministério da Educação (MEC) revelam uma situação ainda mais grave: o número de interessados em ser professor está caindo a cada ano, o que torna mais difícil suprir as demandas.
 O professor tem estímulo em baixa, sente-se desprestigiado pela sociedade que o vê como um profissional despreparado, incapaz de acompanhar as inovações, os avanços tecnológicos da época e, consequentemente, incapaz de elevar o nível de ensino, de trazer a qualidade tão necessária aos dias atuais.
 Um estudo da Unesco, divulgado em fins de 2002, apoiado em dados de 1999, obtidos em 38 países, revela que os professores brasileiros da educação básica cumprem até tripla jornada e seu salário médio, em início de carreira, está entre os mais baixos dos países em desenvolvimento. O salário médio inicial do professor brasileiro só está um pouco acima apenas do Peru e da paupérrima Indonésia.
A defasagem ressalta-se quando se compara com a Argentina, com o Uruguai e, principalmente, com a Suíça, que lidera os  países desenvolvidos. Ainda, entre 43 países, o Brasil tem a sexta maior média de aluno/professor (28,9) no ensino fundamental e a maior no ensino médio (38,6). O máximo recomendado pela Unesco e Organização Internacional do Trabalho está entre 20 e 30 alunos/professor. O número excessivo de alunos leva o professor ao estresse, prejudicando o seu rendimento e o rendimento do aluno. 
Classes lotadas, alunos desinteressados, material ultrapassado, salários baixos e a ausência de valorização da carreira. Essas foram algumas dificuldades levantadas pelos professores entrevistados e com certeza não é isso que ninguém gostaria de enfrentar em seu dia-a-dia. 
No entanto, nos últimos anos tem aumentado a procura dos estudantes por cursos de licenciatura, segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). A quantidade de vagas nas universidades também tem crescido, assim como o número de formandos. 
Além disso, os professores (as) destacam que mesmo com todas as dificuldades vale a pena investir na carreira, pois o índice de desemprego no setor é quase zero e a satisfação de ensinar é uma das principais características de permanência na área. Eles ressaltam alguns alunos surpreendem tanto, que vale a pena continuar na carreira apesar de todos os problemas.